Primeira-dama Érica Mitidieri, utilizou empresa da filha para captar água para haras da família, aponta reportagem de Wendal Carmo

Primeira-dama Érica Mitidieri, utilizou empresa da filha para captar água para haras da família, aponta reportagem de Wendal Carmo

Uma reportagem do jornalista Wendal Carmo, publicada na Carta Capital, revelou que a primeira-dama de Sergipe e secretária estadual de Assistência Social, Érica Mitidieri, utilizou uma empresa de seguros, da qual sua filha é sócia majoritária, para captar água para o Haras Esperanza, de propriedade da família.

A autorização para captação de água foi concedida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semac). A primeira licença concedida à M Cavalcante & Seguros em 6 abril de 2023 com validade até abril de 2025, constava apenas o nome da primeira-dama e continha uma tarja sob o espaço destinado ao CNPJ do solicitante. Já a segunda licença, foi emitida para a empresa M Cavalcante & Seguros, sediada em Aracaju, cujo ramo não possui cadastro oficial para atividade agrícola ou rural.

A M Cavalcante e Seguros só teve seu cadastro oficial aberto em novembro de 2023. Além disso, a empresa já havia encerrado suas atividades em março de 2024, por meio de uma liquidação voluntária, segundo dados da Receita Federal.

Logo, ela não estava formalmente ativa no momento da solicitação e concessão da primeira outorga para captação de água, e já se encontrava inativa na data da renovação da licença pela Semac.

De acordo com Érica Mitidieri, a outorga foi solicitada em nome da empresa porque o imóvel rural está cadastrado em nome da mesma. Érica esclareceu ainda que a empresa F C Mitidieri Haras FM, encerrada em 2024, nunca foi titular da outorga de uso da água nem da propriedade rural, tendo apenas atuado na área por meio de cessão de uso.

A licença permite a captação de até 400 metros cúbicos de água por mês, o equivalente a aproximadamente 13.300 litros por dia, para uso exclusivo no haras da família.

A documentação da solicitação e do processo administrativo referentes à outorga não estavam disponíveis para consulta pública no portal da Semac, dificultando o acompanhamento público do caso, revelou o jornalista.