Gestão em segundo plano: prefeito Sérgio Reis e vice Suely Menezes deixam cargos para atender acordo político e satisfazer aliado

Gestão em segundo plano: prefeito Sérgio Reis e vice Suely Menezes deixam cargos para atender acordo político e satisfazer aliado

A gestão Sérgio Reis tem sido marcada por instabilidade: já foram sete trocas de secretários em diferentes pastas, múltiplas reformas administrativas, pedidos de empréstimos milionários. A saúde, em especial, vive um dos momentos mais críticos. O concurso público sem nomeações, paralisação de investimentos em esporte e cultura, e mesmo diante desse cenário, o prefeito decidiu se afastar novamente do cargo — desta vez por 12 dias — para cumprir um acordo político.

Foi isso que o próprio gestor revelou, durante a cerimônia de transmissão de cargo, que a motivação da licença é dar a oportunidade ao vereador Washington da Mariquita de assumir a Prefeitura por alguns dias, promessa feita ainda quando ele sonhava em ser prefeito. Para que isso ocorresse, a vice-prefeita Suely Menezes também se afastou. Assim, a cidade fica sob o comando interino do presidente da Câmara.

A decisão, no entanto, não foi bem recebida pela população, e está sendo interpretada como um golpe duro, pelo momento crítico em que Lagarto se encontra. O tom de celebração com que o prefeito fez o anúncio causa ainda mais indignação, como se tudo representasse um grande gesto político. 

E em qualquer outro contexto, com respaldo da população e serviços funcionando, poderia até ser interpretado como cortesia ou cumprimento de palavra — mas não agora, quando a cidade enfrenta problemas graves e acumulados. Sobretudo se levarmos em consideração que em junho, ele chegou a se afastar por 10 dias para cumprir uma promessa religiosa. 

É muita folga para pouco tempo de mandato e essa história de dizer que não receberá remuneração do período, é insuficiente para amenizar o estrago. Ou será que ele achou que a população ia aceitar pagar 12 dias de serviço enquanto ele viaja? 

Ora, bolas! Se o prefeito Sérgio Reis imaginou que, com esse afastamento, passaria a imagem de um político à frente do seu tempo, sem ego, sem vaidade pelo cargo e sem apego ao poder, o tiro saiu pela culatra. A única mensagem que conseguiu transmitir à população lagartense é que sua prioridade não é resolver os problemas do município nem conduzir uma administração eficiente e responsável, mas sim cumprir acordos políticos pessoais.